Transformadores ecológicos: Inovação que mudou o setor elétrico

A Itaipu Transformadores consolidou-se como pioneira na fabricação de transformadores ecológicos, sendo a primeira empresa nacional a desenvolver, fabricar e comercializar em larga escala equipamentos com fluido isolante vegetal. Essa jornada é marcada por projetos de desenvolvimento, validações técnicas e contribuições normativas que pavimentaram o caminho para um novo padrão de distribuição elétrica sustentável no Brasil.

Marcos do desenvolvimento

O projeto teve início em 2007, com a proposta de desenvolver um transformador de distribuição mais compacto, confiável e com menor impacto ambiental. Após testes detalhados de materiais e configurações, foi produzido um protótipo 15 kV / 88 kVA, montado em caixa de 75 kVA, incorporando as seguintes inovações:

• Uso do fluido vegetal em substituição ao óleo mineral;
• Geometria do núcleo otimizada para maior resistência mecânica;
• Vida útil ampliada por efeito de esterificação natural;
• Equipamento antichamas e não explosivo.

Ainda em 2007, 340 unidades piloto foram instaladas na rede da CPFL Piratininga, nos modelos de 45 kVA e 75 kVA. O desempenho superior em campo garantiu a premiação no CITENEL (Congresso de Inovação Tecnológica em Energia Elétrica). Após isso, entre 2009 e 2013, com a confirmação dos resultados, a Itaipu Transformadores estruturou a linha de produção do transformador ecológico, fabricando 5 mil unidades trifásicas, com potências variando de 30 kVA a 112,5 kVA e classes de tensão entre 15 kV e 25 kV.

O reconhecimento da inovação extrapolou fronteiras em 2014, com publicações internacionais na revista Transmission & Distribution World e a elaboração de uma tese de doutorado na UNICAMP. No ano seguinte, a implantação do transformador alcançou 16 mil unidades em operação na rede da CPFL. O sucesso técnico levou à homologação do equipamento, além do destaque em publicações especializadas, como a revista Eletricidade Moderna.

A robustez técnica e a ampla aceitação do mercado resultaram na incorporação das diretrizes técnicas do Transformador Verde na revisão da norma ABNT NBR 5440 pelo COBEI, consolidando seu uso regulatório no setor elétrico nacional.

Cores que falam por si: o sinal visual da transformação
No setor elétrico, a cor dos transformadores tornou-se um código visual amplamente reconhecido para indicar o tipo de fluido isolante utilizado:

• Transformador CINZA: óleo mineral, derivado do petróleo.
• Transformador VERDE: óleo vegetal.

Embora não normatizada oficialmente pela ABNT, essa prática é amplamente adotada entre fabricantes e concessionárias, facilitando inspeções visuais e reforçando o compromisso ambiental da rede elétrica.

Compromisso com o futuro
Mais do que uma inovação técnica, o Transformador Verde representa um compromisso estratégico com as diretrizes globais de ESG, a norma ISO 14000 e as políticas de descarbonização. Benefícios como maior vida útil, fluido isolante biodegradável e resistência ao fogo proporcionam ganhos operacionais e ambientais concretos.

Referências

1. CGTI – Centro de Gestão de Tecnologia e Inovação – Trafo Verde®: um produto inovador e sustentável, com benefícios econômicos, mais seguro e durável, seguindo a cadeia da inovação até a inserção no mercado de energia elétrica. Disponível em: https://www.cgti.org.br. Acesso em: 1 jul. 2025.